segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

27/11/11 Domingo


Acordei bem disposta, mas ainda com o coração apertado. Tomei meu café na cozinha e em seguida fui tomar um banho. Coloquei uma bermuda de coton (sozinha, risos), camiseta, passei creme hidratante no corpo, perfume, coloque todos os meus badulaques (brinco, anéis, correntes) queria me sentir bonita. Eu sou bonita.
Fui para a varanda, sentei e li um pouco, desfrutei da companhia da Nina em meus pés. Andei um pouco e por volta das 11h00min liguei no celular da Elza, ela mesma atendeu e achou muito boa minha voz, em seguida passou para Anjo. Combinamos de vira à tarde para conversarmos. Almocei bem, muito bem, adora lasanha, frango assado e farofa, TUDO de bom! Risos. Em seguida fui deitar e consegui dormi, relaxei, foi ótimo.
Por volta das 16:50 liguei não consegui segurar minha ansiedade.
- Oi amor!
- Oi amorzinho! Tudo bem?
- Tudo, estou te aguardando.
- Daqui a pouco estou ai.
Coloquei um lenço na cabeça, como sempre minha mãe fez critica, ela esquece que vou usar isto com mais freqüência. Passei perfume e batom, pronto! Estava pronta. Coloquei alguns lenços de papel na cintura, peguei a garrafa de água, meu celular e meu dreno, entrei no carro.
Começamos a conversar falando sobre a minha volta para o centro cirúrgico, tirei algumas duvidas e blábláblá...
- Vamos falar o que é preciso falar?
- Vamos!
- Então seja objetivo, mantenha o foco, seja direto.
Ele riu e começou a falar. Era o que eu imaginava. Manu pediu uma nova oportunidade. Eles vão tentar novamente, não vai voltar para casa, vai continuar na casa da mãe, vão tentar se entender vão sair para jantar, almoçar, namorar.
O meu choro de sexta até hoje não era em vão. Meu coração já sabia, mas precisava ouvir dele. Disse que não vai me abandonar que vai estar comigo. Mas nos dois sabemos que vai ser difícil, que não é bem assim.
Em algum momento da conversa eu chorei, não queria...
Tomei prumo, comecei a agir racionalmente, coloquei que sou grata por tudo, que nunca vou poder agradecer o suficiente, que serei eternamente grata. Que foi fundamental sua solidariedade nesta fase, que se o mesmo não estivesse do meu lado seria muito mais difícil. Agora estou mais fortalecida. Tenho certeza que Deus mandou  o mesmo para me amparar. Pensei: sua missão foi cumprida.
Ele precisa tentar se não tentar vai sempre ficar na duvida. E nós???  Nós vamos guardar para sempre o que aconteceu. Deixou-me em casa. Estou tão tranqüila, tão segura, tão fortalecida. Pode ser que amanha seja diferente, mas hoje, somente hoje estou bem.
Creio que vai ser complicado explicar que ele não vai mais estar junto comigo, mas isto é o de menos. O importante é que estou bem!!!!
Ele queria me acompanhar na medica oncologista na terça-feira, disse não.
- Mas você vai sozinha? Precisa de alguém, sua prima não esta ai.
- Mas a Ângela esta e vai comigo.
- Mas eu queria muito.
- Até lá resolvemos.
Cheguei em casa e imediatamente liguei para Ângela, pedi ajuda, pedi para ir me acompanhar e combinamos tudo. Agora a caminhada é minha novamente, só e sem a presença do homem, mas com Deus e os amigos.

Creio que nos dois sabemos lá no fundo que a missão foi cumprida.

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