segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

20/11/11 Domingo


A noite foi péssima, não tive posição para dormi, desejei muito a cama do hospital (risos).
Horário do remédio é péssimo as 00h00min, 06h00min, 12h00min, 18h00min e novamente as 00h00min, tenho que colocar relógio para despertar.
Levantei tomei café e um banho, melhor ½ banho. O dia estava lindo, céu azul, sol e ventando muito. Caminhei até o quintal, preciso caminhar, mas como o vento estava muito forte, voltei para o quarto.
Meu irmão chegou com a mulher e a filha, reclamei da cama e colocou 2 tijolos para levantar a cama. Ficou um pouco melhor e mais fácil de deitar e levantar da mesma. A cama estava muito baixa e reta. Minha amiga Rose mandou mensagem dizendo que estaria chegando por volta da 14h00min.
Anjo ligou, estava caminhando com o Zeca (cachorro), vai fazer uma moqueca de peixe para o almoço.
Almocei e deite para descansar, por volta das 14h00min minha amiga chegou. Vi em seus olhos sua preocupação e ao mesmo tempo alivio trouxe presentes: cartão, livro, lenço e dinheiro. Nem sei como agradecer, talvez aceitando tudo sem reclamar. Só ela sabe das minhas angustias, divido o diário com a mesma, divido a duvida, a dor, a insegurança, a felicidade. As vezes penso que estou colocando sobre a mesma um peso, afinal não é fácil ler um diário, saber realmente o que se passa no âmago da pessoa amiga e amada. Nossa amizade é de 30 anos, não moramos perto, mas isto não diminui o laço forte que temos.
Conversamos bastante, rimos muito, choramos. Por volta das 16h00min tomamos café juntas e foi embora. Creio que mais aliviada, com o coração em paz.
Pedi para minha prima pegar todos os exames, queria mostra para ela e também pegar o documento que tenho que enviar para empresa. Olhamos tudo e não encontramos uma oportunidade de ligar para o Anjo (risos). Liguei e falei com a Elza e com a  Anjo, mandou que procurássemos melhor, porque o documento estava dentro de um envelope. Voltamos a mexer em todos os exames novamente e realmente estava lá grudado no envelope. É duro admitir que ele esteja com a razão (risos), deixe passar uns minutos e voltei a ligar dizendo que tinha encontrado.
À noite minha amiga e parceira Ângela veio me visitar. Trouxe abraços e beijos de varias pessoas conversaram bastante, rimos.
Conheci Ângela em uma excursão para Fortaleza em 1998. Descobrimos que morávamos no mesmo bairro, bem próximas, tínhamos pais idosos, um irmão cada uma e que as cunhadas tinham os nossos nomes, ou seja, a cunhada da Ângela se chama Ângela e a minha Claudia Maria. Tínhamos varias coisas em comum, gostávamos de viajar, tomar chope, gostávamos do mar. Nestes anos todos sempre fomos parceiras, saímos toda semana para joga  conversar fora, tomar nosso chope, o tempo não importa para nós, pode esta chovendo canivete que saímos, risos. Por vários anos passamos o  novo na praia, fomos para Paraty, Ubatuba, Reviera de São Lourenço, Buenos Aires, Santiago.
Seu pai faleceu este ano de câncer no pulmão, ele era muito amável e divertido. Sua festa de 80 anos foi realizada em uma fazenda de palmito, um lugar encantador, foi tudo lindo e perfeito. Após esta festa foi descoberta doença e começou a luta. Estive sempre presente em todos os momentos, muitas vezes vi minha amiga chorar dizendo que o pai estava morrendo... Foi muito difícil, pois nada podia fazer nada, a única coisa que eu podia fazer era ouvir, chorar com ela e fazê-la rir quando era possível.
Quando seu Hamilton foi internado tive a sensação que ele não sairia vivo, infelizmente. Foi uma semana difícil, todos os dias ai até o hospital para conversar com minha amiga, era o que eu podia fazer. Um dia cheguei a noite e a Ângela não estava La, comecei a conversar com o Sr Hamilton e ele teve uma crise, sentia muita falta de ar, foi desesperador, quando ela chegou ele já tinha melhorado, tirei-a do quarto de choramos juntas.
Quando foi quarta-feira a família foi avisada do agravo do estado de saúde do Sr Hamilton, na sexta-feira o irmão da Ângela foi dormir no hospital, incentivei a mesma a domar um comprimido para relaxar, pois fazia uma semana que dormia em uma cadeira no hospital, precisava descansar. Por volta da 01h30min da manha meu celular tocou, era minha amiga chorando, pedindo que fosse para casa dela, imediatamente troquei de roupa e peguei o carro do meu pai e fui para lá. Chegando lá encontrei a Ângela minha amiga, a Ângela cunhada e a sobrinha Larissa, todas aflitas, pois tinha que acordar a Dona Heloisa mãe da Ângela para contar que o Sr Hamilton tinha falecido e pediram minha ajuda. Não foi fácil. Ângela e a cunhada tinham que ir para o hospital eu fique na casa com a Dona Heloisa e a Larissa. Por volta das quatro da manha a Márcia chegou (prima da Ângela) e em seguida a Ângela a cunhada e seu irmão.
Temos que tomar algumas decisões tomei a frente para as coisas pratica, uma lista para a Márcia telefonar. Por volta das seis da manha telefonamos para a URBAM para sabermos quando é que o corpo ia ser liberado e fomos informados que já estava saindo, o corpo ia para Piquete onde ia ser velado e enterrado. Eu ai de carona com a Márcia, mas desisti e foi à melhor coisa que fiz. Por volta da 08h00min a Ângela passou em casa e fomos eu, ela, Dona Heloisa e a tia Nice estávamos passando por Caçapava quando percebi que o carro acelerava e desacelerava, estava no banco de traz olhei  no espelho retrovisor e vi minha amiga fechos os olhos (dormindo). Dei um grito e pedi para parar, tomei o volante e seguimos viagem, velório e enterro são desgastantes, mas é inevitável.

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