A noite
foi péssima, não tive posição para dormi, desejei muito a cama do hospital
(risos).
Horário do
remédio é péssimo as 00h00min, 06h00min, 12h00min, 18h00min e novamente as
00h00min, tenho que colocar relógio para despertar.
Levantei
tomei café e um banho, melhor ½ banho. O dia estava lindo, céu azul, sol e
ventando muito. Caminhei até o quintal, preciso caminhar, mas como o vento
estava muito forte, voltei para o quarto.
Meu irmão
chegou com a mulher e a filha, reclamei da cama e colocou 2 tijolos para
levantar a cama. Ficou um pouco melhor e mais fácil de deitar e levantar da
mesma. A cama estava muito baixa e reta. Minha amiga Rose mandou mensagem
dizendo que estaria chegando por volta da 14h00min.
Anjo
ligou, estava caminhando com o Zeca (cachorro), vai fazer uma moqueca de peixe
para o almoço.
Almocei e
deite para descansar, por volta das 14h00min minha amiga chegou. Vi em seus
olhos sua preocupação e ao mesmo tempo alivio trouxe presentes: cartão, livro,
lenço e dinheiro. Nem sei como agradecer, talvez aceitando tudo sem reclamar.
Só ela sabe das minhas angustias, divido o diário com a mesma, divido a duvida,
a dor, a insegurança, a felicidade. As vezes penso que estou colocando sobre a
mesma um peso, afinal não é fácil ler um diário, saber realmente o que se passa
no âmago da pessoa amiga e amada. Nossa amizade é de 30 anos, não moramos
perto, mas isto não diminui o laço forte que temos.
Pedi para
minha prima pegar todos os exames, queria mostra para ela e também pegar o
documento que tenho que enviar para empresa. Olhamos tudo e não encontramos uma
oportunidade de ligar para o Anjo (risos). Liguei e falei com a Elza e com a
Anjo, mandou que procurássemos melhor, porque o documento estava dentro
de um envelope. Voltamos a mexer em todos os exames novamente e realmente
estava lá grudado no envelope. É duro admitir que ele esteja com a razão
(risos), deixe passar uns minutos e voltei a ligar dizendo que tinha
encontrado.
À noite
minha amiga e parceira Ângela veio me visitar. Trouxe abraços e beijos de
varias pessoas conversaram bastante, rimos.
Seu pai
faleceu este ano de câncer no pulmão, ele era muito amável e divertido. Sua
festa de 80 anos foi realizada em uma fazenda de palmito, um lugar encantador,
foi tudo lindo e perfeito. Após esta festa foi descoberta doença e começou a
luta. Estive sempre presente em todos os momentos, muitas vezes vi minha amiga
chorar dizendo que o pai estava morrendo... Foi muito difícil, pois nada podia
fazer nada, a única coisa que eu podia fazer era ouvir, chorar com ela e
fazê-la rir quando era possível.
Quando seu
Hamilton foi internado tive a sensação que ele não sairia vivo, infelizmente.
Foi uma semana difícil, todos os dias ai até o hospital para conversar com
minha amiga, era o que eu podia fazer. Um dia cheguei a noite e a Ângela não
estava La, comecei a conversar com o Sr Hamilton e ele teve uma crise, sentia
muita falta de ar, foi desesperador, quando ela chegou ele já tinha melhorado,
tirei-a do quarto de choramos juntas.
Temos que
tomar algumas decisões tomei a frente para as coisas pratica, uma lista para a
Márcia telefonar. Por volta das seis da manha telefonamos para a URBAM para
sabermos quando é que o corpo ia ser liberado e fomos informados que já estava
saindo, o corpo ia para Piquete onde ia ser velado e enterrado. Eu ai de carona
com a Márcia, mas desisti e foi à melhor coisa que fiz. Por volta da 08h00min a
Ângela passou em casa e fomos eu, ela, Dona Heloisa e a tia Nice estávamos
passando por Caçapava quando percebi que o carro acelerava e desacelerava,
estava no banco de traz olhei no espelho
retrovisor e vi minha amiga fechos os olhos (dormindo). Dei um grito e pedi
para parar, tomei o volante e seguimos viagem, velório e enterro são
desgastantes, mas é inevitável.
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