15/12/11 Quinta-feira

Hoje tenho que ir na cirurgia plástica, tenho que levantar cedo, preciso me preparar.

Levantei tomei meu banho, aproveitei para chorar, e chorei...

Coloquei uma calça jeans que a muito não colocava, emagreci.

Resolvi que vou sozinha de ônibus, preciso voltar a ser independente, sempre fui, nunca tive quem me levasse a buscasse, então vamos voltar a rotina.

Fui para o ponto de ônibus, as 9:30 passou o ônibus, mas estava cheio, não pude pegar, tive que aguardar outro, Por volta das 9:50 veio outro ônibus agora sim posso entrar. Foi uma longa viagem... na minha cabeça (durou 20 minutos), desci do lado do plano de saúde, fui atendida pela Daniele, logo consegui a aprovação para a fisioterapia, mas não consegui para drenagem.

Antes que eu pudesse me levantar disse:

- Eu te admiro muito

Olhei para ela e sorri.

- Você tem uma força, um sorriso que a gente percebe que é verdadeiro, esta sempre de cabeça erguida, é um exemplo.

Emocionei-me

- Obrigada, claro que não é fácil, quando recebi a noticia foi muito difícil, mas tenho que seguir em frente, não posso parar. Eu tenho que tomar contar da doença e não a doença tomar conta de mim.

Ela levantou e me deu um caloroso abraço. Isto não tem preço, ser admirada por alguém que nem me conhece da uma força muito grande.

Na saída encontrei a Graciane que também me abraçou.

Sai e fui para a oncologista, também fui recebida pela enfermeira Raquel com um abraço. Queria saber se já tinha data marcada para começar a  quimioterapia. Ainda não tinha, mas telefonaria. De lá fui para a cirurgia plástica, mas meu pensamento era de encontrar por acaso meu amor, ver de longe que fosse.

Logo fui atendida e a medica injetou 100 ml de soro para a reconstrução  seio. Despedimos-nos e liguei para Jaqueline para almoçarmos juntas, combinamos de almoçar às 12h30min.

Passei na loja de biju e comprei umas besteirinhas, voltei para a loja de artigos esportivos e troquei um blusão, acabei levando dois tops e um vestidinho, ploft! Gastei!!! Mas eu estava precisando.

Fui para o restaurante e fiquei aguardando as meninas. Chegaram atrasadas, foi um almoço agradável e divertido.

Cheguei a casa e fui direto para meu quarto, não queria que minha mãe visse minhas compras. Deitei, estava cansada e com medo que meu braço inchasse.

Meu celular tocou, era ele.

- Oi Claudinha, amor, esta é a senha?

- Oi amor!

- Como você esta?

- Estou com muita, mas muita saudade!

- Fui à medica as 10:00 e você não estava lá, não foi?

Senhor! Acho que não consegui me controlar, estou emocionalmente abalada.

- A consulta era as 11h00min

- Amanha eu te pego as 12h30min?

- Huuuum

- Não faz assim...

- Acho melhor eu ir sozinha

- Você não quer me ver?

- Quero! Estou morrendo de saudade.

- Então amor, deixa eu te levar?

- Não! Ë melhor você não vir me buscar.

- Eu quero ficar do seu lado, quero ficar um pouco com você. A Manu vai em uma festa hoje e eu vou te ligar a noite para conversarmos.

- Ta

- Um cheiro, um abraço e um beijo.

- Em dobro para você.

Pronto a confusão de sentimentos se formou dentro de mim. E o que vou fazer? Quero, preciso do seu apoio, mas ao mesmo tempo me machuca.